sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Análogos



Crio um mundo paralelo ao meu quando me rendo por inteira à arte de escrever. Isso me traz a oportunidade de abrir as portas, limpar os armários, e receber um novo convidado, com todas as regalias que ele merece, e não só ele se beneficia com todo esse momento, aproveito para sentir a brisa, tomar um café e conversar sobre os mais diversos e agradáveis assuntos. E dessa forma, permito acreditar que existem propósitos lógicos e situações que me mostram as inúmeras dimensões que é a vida, basta somente focar no ponto de vista que mais te agrada e tomar como sua propriedade.

São minutos libertadores, é a expectativa alcançada quando percebo que já estou no meio do que penso, e que nem tenho pressa de finalizar, fico lapidando, e não volto para ler o início, vou deixando que as coisas se encaixem e tomem suas proporções devidas, e que a escrita sinta-se como se fosse minha bússola.

Quando isso acontece abandono o personagem e deixo que ele me mostre suas reais intenções, esse é o meu triunfo quando sozinha paro um instante e utilizo das letras para alinhar meu pensamento. É a maneira mais simples de extravasar, criar, isolar ainda mais meus sonhos e projetos, sem manuscrito, muito aqui se confunde, não sei de onde vem tantas palavras, e como elas conseguem se inteirar, formar um todo, isso é o que mais me encanta quando disponho de tempo e inspiração para aproveitar esses instantes de prazer.

Por isso não deixo escapar os dias de introspecção, àqueles em que a gente acorda com vontade de nada, e é assim que me visto, de herói do nada para fazer um tudo com as mãos, sem esforços, regras, apenas intimista e secreta no que mais me abrilhanta os olhos, não deixo um dia sequer passar sem que eu não tenha deixado minha marca, entre pingos e acentos, vou firmando meus pensamentos, sem exigências, buscando apenas o momento oportuno, a letra adequada, a rima que exala o que minha mente a ela confidencia.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

PROSA ERUDITA


Brincadeiras, incertezas, momentos sem tempo definido. O que é regra, já não vigora, o tédio que existia fora embora, sem hora pra regressar. E o que fazer? Aproveitar a nova experiência, sem a intervenção da ciência, da razão. Esquece os neurônios e a função das sinapses, faz o que foi dito, só que ao contrário, experimenta o surreal, transforma a ilusão no real, e entenderás o significado da pureza e da busca constante do ser em conhecê-la.

Aprimora teus conhecimentos, os inventos e as vontades, põe em evidência tuas crenças, teus ancestrais. Mostra ao mundo o mais profundo de tua alma, converte o medo em calma, lava o rosto e recomeça, quer um conselho? Sem pressa. Sente todo o frescor da água, alimenta a falta, com algumas pitadas de emoção.

Viva intensamente, presente, contente, sem visões pessimistas, egoístas. Observa o agora, lá fora, abre a porta e deixa o que for bom entrar. Cultiva o tempo, momentos e seus sinais, revela sua essência, sem temer a indiferença ou a inveja dos irreais, seres por você criados e moldados conforme suas imagens distorcidas.

Para de cena e acena pela janela que o melhor está em ti, pulsando e querendo explodir, onde os estilhaços ainda por vir, revelarão teu DNA.

Viaja sem passagem, hospedagem, observa apenas a miragem que o horizonte te presenteia, não ache que tudo isso é impossível, bonito e difícil de acontecer, solta as amarras, se joga e abraça aquilo que só você pode mudar, o seu interior.

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Intrínseco OLHAR


Pensar...mas o que é o pensar senão uma forma intrínseca de fugir da realidade? Transpor e construir momentos de pura nostalgia e alegrias contidas, por esse motivo, eu ainda penso, na verdade reflito aquilo que reinvento no meu momento. Seja como for, a melhor maneira e a saída tangencial ainda encontra refúgio no solitário racional, porém o que me encanta é saber que isto ainda pode ser moldado pelas sensações e singelamente transmitidas com gestos,sem garantias de reciprocidade.

V.I.D.A


Sentir e perceber o que acontece ao nosso redor é algo que deveríamos fazer sempre ou frequentemente, sentar numa poltrona, respirar fundo, agradecer por estar vivo e saudável, são coisas que o ser humano esquece, pois enquanto perde tempo fazendo isso, prefere entregar-se ao comodismo de um controle, ao isolamento existencial, deixando nesse momento que fatos, informações, pessoas e cores que o cercam, sejam transformadas pelas formas abstratas de um pincel negro que reflete na tela a sua essência perdida, e desse jeito, muitos vivem transformando esse ofício num prazer, e quando olham o resultado da obra, veem que é impossível colocar branco numa tela suja, mas depois, percebem que é necessário e vital mudar o rumo do quadro, deixando que formas concretas sejam a base de uma vida resgatada.

ERUPTO


Fogo. Vento. Tento. Palavras lançadas ao mesmo tempo, desordenadas numa ordem irreal, somente lógicas movidas por comandos inconscientes e atemporais. Raciocínio mínimo, compreensão veloz, risco de expor o ideal, medo de mostrar o que é real. Mistura de iguarias gramaticais, nexo de momentos surreais, sons ecoados de maneira convexa, imagens distorcidas sem pressa.

Sombras do BLOG!!!!!!